Nós todos somos o amanhã!

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Friday 23 November 2012

Carência de Acessibilidade no Rio de Janeiro



Acessibilidade vai muito além do que a simples colocação de rampas - significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população, buscando sua adaptação e locomoção, eliminando todas as barreiras, inclusive o preconceito.
Este ano estive no Aeroporto Internacional do Galeão algumas vezes e fiquei surpresa com a falta de estrutura e acessibilidade quando acabamos de sediar a Conferência Rio +20 e estamos às vesperas de dois eventos mundiais importantes: a Copa do Mundo e às Olimpíadas de 2016.

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro -  especificamente o estacionamento do Terminal 2 é um drama para os deficientes !!!!!  Estava acompanhada do meu filho que depende da cadeira e ainda de aparelhos médicos que o acompanham. Fomos para o Terminal 2, só encontramos vagas no 2o andar cujo acesso é por escadas e apenas 1 elevador lento, para atender muita gente, de todos os andares com carrinhos e bagagens, passando pelo andar muitas vezes cheio e sem parar... uma fila enorme. Muito difícil de se deslocar com cadeira entre os carros e malas.   Sem falar que às pessoas não dão a mínima para prioridade!
Despois, precisamos ir ao Banco do Brasil que só existe no Terminal 1, as esteiras rolantes estavam paradas (das 6 apenas 1 funcionava) e o carrinho elétrico levava pessoas de um lado para o outro - o que também nao ajudava muito porque não atende à demanda. Além disso, alguem acaba tendo que levar a cadeira a pé para o outro terminal.

Inicialmente tentamos deixar desembargar a cadeira com os aparelhos no andar, na vaga de deficiente para embarque e desembarque, mas a Guarda Municipal já vem correndo de longe ameaçando multa sem nem verificar que se trata de uma pessoa deficiente  (apesar do adesivo no carro)  -   Falando do adesivo e da autorização, eles são importantes mas não deveriam ser essenciais pois DEFICIENTES TAMBÉM USAM TAXI E DEFICIENTES TAMBÉM PEGAM CARONA! 

Além disso, partindo-se do princípio que acessibilidade não é sinônimo de rampa e elevador, a carência e precariedade do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro vai muito além: falta de informação, falta de acesso gratuito à internet em suas dependências, falta de segurança permitindo que os passageiros fiquem a mercê de todo o tipo de problema, inclusive do assédio dos taxistas, como tem sido noticiado - Vale dizer que o problema com taxis no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro é notório, eles tem tarifas fixas, só querem ir para a Zona Sul e até se recusam a pegar passageiros que pretendem ficar na Ilha do Governador pois consideram tais corridas desvantajosas! 

Também utilizei os serviços das barcas e, uma das vezes, na viagem da Praça XV para a Ilha do Governador feita em um catamarã, não havia nenhum lugar para cadeirantes e um usuário do serviço que trabablha diariamente no Centro da Cidade teve que viajar literalmente no meio do catamarã, no meio da passagem, sem qualquer segurança, depois de ter que embarcar de forma indigna, com pessoas levantando a cadeira pra passar pra dentro por não existir uma passarela - eu ainda tive a preocupação de me dirigir a ele e para certificar de que havia travado a cadeira!  Depois fui descobrir que ele já está acostumado com a falta de acessibilidade pois viaja diariamente nas mesmas condições - vale dizer que as condições de atendimento das Barcas já são precárias para qualquer um, que dirá para uma pessoa deficiente!

O transporte publico já é reconhecido por se recusar a parar para alunos de escolas públicas e idosos, que têm direito à gratuidade,  que dirá para deficientes com dificuldade de locomoção, são inúmeras e constantes as reclamações neste sentido, em todo território nacional.


As calçadas são uma vergonha - impossível transitar com cadeira de rodas ou carrinho de bebê.

Queremos providências!