Nós todos somos o amanhã!

Nós todos somos o amanhã!

Friday 27 June 2014

PROTESTO: INCITAÇÃO AO PRECONCEITO E À INTOLERÂNCIA CONTRA DEFICIENTES

Uma torcedora "flagrou" uma pessoa de cadeira de rodas se levantar em um jogo no Maracanã e se achou no direito de filmar, postar e divulgar que um "Torcedor finge ser cadeirante para entrar no Maracanã e se levanta durante a partida"

Quem disse que ele estava fingindo?  Quem filmou?  Todas aquelas pessoas que falam palavras de baixo calão e se dizem  revoltadas com o acontecido?   

Estou indignada  com a presunção de todos de que, pelo simples fato de uma pessoa levantar e andar curtas distâncias não seja portador de deficiência!

Mais indignada ainda com jornais de grande circulação que esquecem de seu papel social  e ajudam a incitar a intolerância contra os deficientes ao não mencionar em suas reportagens que existem muitas deficiências não aparentes - como é o caso da matéria no Jornal O Globo "
Torcedor caminha após levantar de cadeira de rodas no Maracanã".  Como a própria reportagem afirma: "e acordo com a concessionária que administra o estádio, normalmente, os portadores de necessidades especiais devem apresentar obrigatoriamente, no acesso ao local, um documento, laudo médico ou cartão de acesso ao transporte público (RioCard Especial) para ter direito à gratuidade no ingresso, conforme prevê a Lei nº 2051/92."    E quem foi que disse que aquele senhor não cumpriu todos esses requisitos?   O simples fato dele ter condições de se levantar e ir ao banheiro?  O jornalista foi comprovar se este senhor não é portador de alguma enfermidade que o deixe com mobilidade reduzida mas não completamente imóvel?

Já tratamos deste assunto em nossa postagem "Acessibilidade para Inglês Ver".

Para as pessoas que entendem que só existe deficiência visível somente os amputados, tetraplégicos ou paraplégicos  podem usar uma cadeira de rodas.  Por acaso a pessoa para ser cega precisa não ter olhos? Para ter mobilidade reduzida precisa não ter os membros inferiores?   Trata-se de pura ignorância e intolerância!

A Organização Mundial de Saúde define deficiência como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, ou seja, qualquer problema de funcionamento ou falta de parte anatômica, que ocasionem dificuldades de locomoção, percepção, pensamento ou relação social.    

Para se assistir um jogo no Maracanã, uma pessoa precisa andar quilômetros, passar por inúmeras barreiras e uma pessoa idosa ou com mobilidade reduzida não tem condições físicas para tamanho esforço! Trata-se de uma situação plenamente possível, uma pessoa ter mobilidade reduzida, uma doença óssea degenerativa, artrose, precisar de auxílio de cadeira de rodas para longas distâncias  mas ter possibilidade de ficar de pé para esticar as pernas ou mesmo ir até o banheiro! 

Pela filmagem da senhora justiceira que expôs o vídeo, dá para se ver que o senhor não aparenta ser um jovem atleta, manca e pode ter realmente a mobilidade reduzida -  Não estou dizendo que seja este o caso, estou dizendo que devemos lembrar que o princípio legal  é de presunção de inocência até apresentação de prova em contrário. Mas vou mais além: precisamos lembrar que ninguém deve ser exposto a constrangimentos ou embaraços, existem meios e autoridades competentes a quem o deficiente deve apresentar  prova de sua deficiência ao adquirir sua credencial,  da mesma forma  em que se prova a menoridade ou a condição de idoso com fins dos benefícios legais.    Espertos e mal feitores existem em todos os lugares, a questão é a forma de tratar o assunto que, a meu ver, está sendo tratado de forma  perigosa, dando a ideia de que qualquer pessoa pode interpelar outra e exigir prova de deficiência, inclusive incitando a intolerância contra os deficientes.

Infelizmente existem pessoas muito intolerantes e ignorantes que não percebem que muitas pessoas podem ter uma incapacidade não aparente e precisar usar de acentos preferenciais, filas preferenciais sem merecerem a alcunha de aproveitador ou espertalhão!  Exatamente o meu caso – uma displasia óssea degenerativa e incapacitante que permite o uso de elevadores e acentos exclusivos mas, aos olhos dos outros, sempre passarei por “aproveitadora” a menos que mande tatuar em minha testa “portadora de deficiência incapacitante porém não aparente”. 

Muitas pessoas com paralisia cerebral podem andar mas tem dificuldade, não conseguem alcançar grandes distâncias, sentem dor. Muitas pessoas são acometidas por  doenças degenerativas, musculares ou ósseas, conseguem andar mas o uso das pernas ocasiona desgaste e dor.  Muitos cadeirantes também podem andar e se levantar!

Meu filho é cadeirante mas graças a Deus ele pode se levantar e andar curtas distâncias.  Cadeira de rodas e elevadores não são prerrogativa apenas de paraplégicos ou tetraplégicos, trata-se de um meio de locomoção para trazer qualidade de vida para pessoas que tenham mobilidade reduzida também!

As prioridades dadas aos idosos e deficientes visam garantir a eles os mesmos direitos que às outras pessoas não portadoras de uma limitação  -  direito de ir e vir, de frequentar um shopping, um supermercado, um estádio de futebol  -  e não colocá-los em situações constrangedoras e torná-los visados a ataques públicos!

Não quero sair na rua com meu filho e correr o risco de ser interpelada por uma pessoa que se ache "normal e politicamente correta" e venha invadir nossa privacidade indagando por  laudos se achando no direito de me interrogar ou exigir provas médicas de incapacidade!

Quem é que pode avaliar a minha deficiência? Quem tem capacidade e função para isso?  O ascensorista do elevador?  O porteiro do Maracanã? O rapaz do estacionamento?   Eles vão entender o significado de "portadora de displasia epifisária múltipla congênita" em um laudo médico técnico? 

Os deficientes já sofrem demasiadamente com a exclusão, a falta de acessibilidade e os olhares de curiosidade e de pena para ainda terem que ficar à mercê de falsos justiceiros que ao invés de estarem tratando da própria vida, querem aparecer aos olhos dos outros como pessoas "politicamente corretas" às custas das tragédias e mazelas alheias!




Wednesday 25 June 2014

Cuidado: Dosador de remédio soltando a tinta

Esta semana meu filho Arthur precisou tomar um antibiótico e me deparei com uma situação preocupante -  a seringa dosadora do remédio, que vem para ser usada várias vezes, começou a perder a tinta com a marcação:





Como se não bastasse a escala de numeração vir  na parte de dentro da seringa e por isso  com a numeração decrescente (na direção contrária a da maioria dos dosadores), o que pode confundir o usuário e induzir pessoas à erro,  logo no primeiro dia de uso notei que a marcação do dosador saí ao simples contato com a pele - passamos o dedo e a tinta saí!

A empresa se preocupou tanto em fazer uma seringa em forma de aviãozinho para agradar as crianças mas não se preocupou em ser algo seguro e durável afinal trata-se de um dosador para ser lavado e para durar, pelo menos,  durante todos os dias de administração do antibiótico!

Trata-se de um antibiótico muito usado  - CLAVULIN BD, de laboratório conhecido e renomado, a GSK - GlaxoSmithKline.  Mas que tinta é essa?  É para ser solúvel em água mesmo?  Será nociva à saúde da criança?  Quem sabe????
Não faz muito tempo a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária determinou a retirada do mercado de produtos infantis, notadamente mamadeiras, que continham bisfenol-A, também conhecido como BPA - um componente químico que tem potencial contaminante,  substância  cuja  exposição pode causar alterações hormonais,deficiências físicas e até mesmo câncer.

Empresas como a Disney e a Fisher Price / Mattel também fizeram recall de brinquedos por causa de tinta contendo chumbo.

Precisamos ficar atentos a tudo!

Monday 23 June 2014

Musical "Os Viajantes"

 
A estrelinha da marca "Tudo Bem Ser Diferente"  está mais uma vez em cartaz no Teatro dos Grandes Atores.


Mal acabou a temporada de "O Novo Peter Pan",  Ana Helena de Freitas foi convidada para o musical infantil "Os Viajantes"  que esta em cartaz desde o dia 07 de junho - sábados e domingos às 17 h no Teatro dos Grandes Atores, no shopping Barra Square, no Rio.














O Musical infantil, no estilo do famoso "Plunct Plact Zoom", reúne as crianças que se conhecem em um ponto de ônibus espacial e passam a viajar por planetas diferentes e interessantes.






O Blog "Tudo Bem Ser Diferente",  através de nossa estrelinha Ana Helena de Freitas,  presenteou a peça com camisetas para serem sorteadas ao público ao final de cada espetáculo.

Vale a pena conferir!





Monday 9 June 2014

Acessibilidade para Inglês Ver



A Acessibilidade tem que estar disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, não pode ser algo “de fachada”, ou como se diz por aqui algo “para inglês ver”.

O deficiente não tem que pedir, implorar, solicitar algo que não está aparente, passar por nenhuma situação constrangedora ou mesmo ter que esperar pela colocação de uma rampa móvel – muitas pessoas ficam até constrangidas por dar trabalho, causar embaraço e acabam deixando de exercer seu direito de ir e vir por causa disso.

Ressalto ainda que a deficiência nem sempre é aparente e a ignorância das pessoas faz com que, em locais onde elevadores são de uso exclusivo para deficientes e gestantes, muitas pessoas cuja deficiência não é aparente, passem por situações constrangedoras, tendo que provar sua deficiência - eu mesma passei por uma situação esta semana, dentro de uma das unidades do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: enquanto aguardava pelo “elevador exclusivo”, como não estava em uma cadeira de rodas ou com muletas, fui “delicadamente” informada de que não poderia usar o elevador que era só para deficientes, sendo obrigada a dissertar sobre uma displasia óssea degenerativa e indagar se seria necessário a apresentação de laudo médico para uso do elevador – tudo isso na frente de uma centena de pessoas que ficaram me olhando como se eu fosse uma “aproveitadora de elevadores”!


Infelizmente existem pessoas muito intolerantes e ignorantes que não percebem que muitas pessoas podem ter uma incapacidade não aparente e precisar usar de acentos preferenciais, filas preferenciais sem merecerem a alcunha de aproveitador ou espertalhão! Exatamente o meu caso – uma displasia óssea degenerativa e incapacitante que permite o uso de elevadores e acentos exclusivos mas, aos olhos dos outros, sempre passarei por “aproveitadora” a menos que mande tatuar em minha testa “portadora de deficiência incapacitante porém não aparente”.

Ontem levei meu filho ao Teatro dos Grandes Atores, no Barra Square, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde a acessibilidade é muito precária – sinceramente, não sei como a Prefeitura concede alvará de funcionamento para um shopping relativamente novo, cheio de espaço, com um projeto arquitetônico novo tão precário – garagem praticamente inacessível a carros grandes que podem carregar uma cadeira de rodas, elevador tão pequeno que um cadeirante tem que usar sozinho (se for criança, só sobe desacompanhado), teatro sem elevador e com espaço para apenas 1 cadeira de rodas com uma rampa perigosíssima, apenas no Balcão que é o andar situado no nível da rua!

Para usar o elevador do shopping, tive que tirar meu filho da cadeira, levá-lo pela escada rolante, fechar o apoio de perna e enviar pelo elevador pois a cadeira sozinha ocupa todo o espaço - algo surreal considerado o tamanho do shopping, as lojas e butiques caras, o teatro e a a quantidade de pessoas que frequentam diariamente o complexo.





Para completar o infortúnio,  o pé da cadeira emperrou, não voltava para o lugar e, para trazer meu filho de volta para casa ainda tivemos que retirar o pé da cadeira e amarrar um pano para ele não se machucar na estrutura metálica - como é difícil ser deficiente!






O deficiente não deveria precisar contar com a boa vontade alheia, com a pena ou simpatia de terceiros  para ter respeitado seu direito de ir e vir.Existem critérios básicos necessários à promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e a concessão de alvará pela Prefeitura deve estar condicionada ao atendimento das normas de acessibilidade - normas técnicas fixadas na legislação federal de acordo com a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

As normas de Acessibilidade estão previstas na lei federal n° 10.098, de 19/12/2000 e regulamentadas pelo decreto federal n° 5.296, de 02/12/2004.

Considerando tratar-se de questão de interesse público, os alvarás para lojas, restaurantes, shopping centers, já concedidos, devem ser revistos – concedendo prazo para que o estabelecimento se adeque sob pena de cassação do alvará!