Nós todos somos o amanhã!

Nós todos somos o amanhã!

Thursday 17 March 2011

Pais de crianças especiais têm dificuldade em conseguir vagas nas escolas

A inclusão é um direito mas, na prática, continua sendo uma utopia, como se pode verificar na pela denúncia feita pelo RJTV esta semana.

A legislação existe mas nem sempre as escolas estão preparadas -  falta acessibilidade e preparo em geral de funcionários e professores.

Tuesday 15 March 2011

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

Precisamos abrir um espaço para  eventos importantes que merecem divulgação.

Abro um especial parêntesis para a participação da fisioterapeuta Dra. Carla Trevisan que acompanhou meu filho por aproximadamente 4 anos e é uma excelente profissional.




Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Instituto da Criança da UFRJ - IPPMG
Serviço de Genética Médica

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN
Onde Está a Diferença?
Local: Salão Nobre – IPPMG/UFRJ
Dia 21 de março de 2011

Uma Jornada Muito Especial

8h - Café da manhã

9h – Abertura – Prof. Edimilson Migowski - Diretor IPPMG
                          Enf. Bruno Leite Moreira - vice-diretor IPPMG

9h30 – 10h – Genética Médica na Atenção à Síndrome de Down - Profa. Marcia Ribeiro
                      Diretora Adjunta de Atividades Acadêmicas IPPMG/UFRJ

10h – 10h30 – A Reabilitação em Crianças com Síndrome de Down – Profa. Lívia Borgneth
                       Médica Fisiatra do Núcleo RDN/IPPMG

10h30 – 11h – Mecanismos de Apoio à Inclusão – Ana Paula Pacheco – Pedagoga
                        Profa. da Sociedade Síndrome de Down

11h – 12h – Relatos e Depoimentos

12h – 12h30 – Atenção Fisioterapêutica no SUS para a Síndrome de
                        Down – Dra. Carla Trevisan M. Ribeiro – Instituto Fernandes
                        Figueira/FIOCRUZ

12h30 – 13h – Segredos do Cérebro Humano – Prof. Stevens Rehen - LaNCE/UFRJ

13h – 13h30 - Apresentação de Grupo Dança Cigana - Sociedade Síndrome de Down

13h30 – Encerramento

14h – Confraternização

APOIO: FARMOQUÍMICA

Friday 11 March 2011

Cartilha Justiça nas Escolas - Bullying


O Conselho Nacional de Justiça lançou uma Cartilha para ajudar pais e educadores a prevenir o problema do bullying nas suas comunidades e escolas. O material está disponível gratuitamente no site do CNJ

A cartilha contém 15 tópicos que tratam desde a definição do bullying e suas manifestações, até como os pais e educadores podem lidar com os  casos.

A publicação é de autoria da médica psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro “Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas”  e seu lançamento foi feito durante o seminário Projeto Justiça na Escola, que aconteceu na Escola de Magistratura Federal (ESMAF), em Brasília.

Bullying - Injustiça nas Escolas!

Os casos têm aumentado e  estão chegando ao Judiciário.  O Juizo da 27a Vara Cível de Belo Horizonte determinou o pagamento de indenização no valor de R$ 8 mil à uma vítima de bullying. 

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro "Bullying - Mentes Perigosas nas Escolas"  diz que "a Escola que anuncia não ter casos de bullying está fazendo propaganda enganosa" e defende, em suas entrevistas,  que os pais das vítimas recorram à Justiça para cobrar pelo tratamento psicológico dos seus filhos: "Quando as escolas começarem a sentir no bolso o custo de ignorar o bullying, elas terão mais cuidado com esses casos".

O bullying já é uma patologia social e tem sido uma preocupação constante para pais, educadores e profissionais do direito.

A palavra Bullying não tem uma tradução exata para o Português mas é usada para definir a imposição de sofrimento intencional, de forma repetitiva,  em relações de desigualdade.

O bullying é caracterizado por agressão física ou qualquer outra forma de  agressão, mesmo verbal e emocional repetidas, e que tenham uma desigualdade na relação entre agressor e vitima, podendo deixar marcas para toda a vida. Apelidos ofensivos, exclusão reiteradas e isolamento na hora do recreio são  sintomas de bullying. Também são características do bullying o abuso do poder, a intimidação, a prepotência, os insultos verbais, as ofensas, os xingamentos, as gozações, apelidos pejorativos, a famosa formação de clubinhos para excluir um ou outro aluno - “Clube da Luluzinha e Clube do Bolinha” - e o ato de “zoar” e levar a vítima ao isolamento social, isolamento este que ocorre de formas variadas.
 
Os estudos tem mostrado que o Bullying esta presente em todas as escolas  e que qualquer criança/adolescente pode ser vítima de bullying, não há um padrão - a criança mais bonita, mais rica, mais inteligente  e de maior sucesso também pode ser vítima de bullying decorrente do ciúme e da inveja dos demais.   Para exemplificar, podemos falar de um aluno dito “popular” de uma escola que faz de tudo para humilhar e expor um defeito (às vezes nem tão aparente) do colega que só tira notas altas ou então o rapaz musculoso que inferniza a vida de um colega mais fraco fisicamente ou um “tímido” que é exposto de forma que cause maior constrangimento possível. A forma mais típica de Bullying são os apelidos humilhantes exaltando defeitos físicos e as agressões físicas.

Vale ressaltar ainda que a desculpa das escolas para encobrir o bullying é sempre o fato de tratar-se de uma brincadeira mas, Bullying não é brincadeira,  como reconhece a Dra. Ana Beatriz Silva, na brincadeira todos se divertem,  quando é bullying, um grupo se diverte às custas da humilhação de outros.  

A prática de bullying surge na infância mas gera reflexos na vida adulta, tanto para a vítima mas para o agressore e também para o expectadore, que  podem adoecer e se calar com medo de se tornar  a próxima vítima. 
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A vítima da discriminação tende a ser retraída, sofre mais de depressão e pode vir a cometer suicídio. Já, para o agressor, a longo prazo, pode levar à sensação de impunidade e, consequentemente, à atitudes anti-sociais, dificuldades no relacionamento afetivo, delinquência, atos criminosos, atitudes agressivas no trabalho ou à violência familiar.

O primeiro passo para resolver o problema é reconhecer que o bullying existe em toda escola e uma vez identificado algum caso, trabalhar em conjunto escola-famílias-alunos para conscientização desse agravo a saúde e mudar a percepção que as pessoas tem dele. O bullying não é uma brincadeira boba. Ele leva a danos para toda a comunidade, seja o agressor, a vítima ou os que testemunham esse evento.

Gostaria de ressaltar também que ao identificar o bullying a escola jamais deve colocar frente a frente a criança envolvidas mesmo que para provocar uma socialização forçada ou pedido de desculpas o que pode piorar o problema e gerar retaliação demonstrando ser medida totalmente anti pedagógica.

Hoje existem grupos e indivíduos estudando o tema e que estão contribuindo nas escolas para uma mudança de cultura, mostrando como perceber o bullying, conscientizando sobre o problema e ajudando a construir uma outra forma de relação entre as crianças.

O Bullying infelizmente é presente no mundo todo.  Em alguns países, as vitimas cometem atos extremos com mais freqüência,  como homicídios e suicídios nos recentes ataques em escolas dos Estados Unidos. Nas cartas deixadas pelos suicidas, foram encontradas referencias às constantes humilhações que provocaram depressão e transtornos de ansiedade e que levaram à uma explosão de raiva e ódio sem limites como reação ao que sofreram, levando ao suicídio como forma de acabar com o sofrimento, mas não antes de levar todos os agressores consigo.

Vale ressaltar ainda, que o Bullying não é reconhecido como causadora de suicídios  mas estes são atribuídos a depressão, que por sua vez foi resultado direto da vitimização decorrente da prática de Bullying.

Tuesday 8 March 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - PARABÉNS MÃES GUERREIRAS

Em 2008 fui homenageada pelo dia Internacional da Mulher na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, juntamente com outras mulheres de destaque. Fui uma das poucas escolhidas para discursar e dediquei minha homenagem às mães especiais.

O discurso é muito atual e tem rendido comentários até hoje e, como alguém me pediu uma cópia esta semana, resolvi dividi-lo com vocês, minhas companheiras de luta.

"Senhoras e Senhores, autoridades aqui presentes,

Fiquei realmente sensibilizada com o convite do Sr. Vereador Dr. Nelson Ferreira para participar desta comemoração pelo dia Internacional da Mulher, a quem agradeço e parabenizo pela iniciativa.

Não há dúvidas que as mulheres conquistaram um lugar especial no cenário mundial nas últimas décadas, chegamos a Presidência em alguns países e, no Brasil, aos mais altos cargos públicos, inclusive a Presidência do Supremo Tribunal Federal. No entanto, apesar de se tratar de uma minoria elitizada, muito nos engrandece.

Quero dividir com todas as mulheres, e principalmente com aquelas que receberam de Deus um filho especial, esta homenagem e também a história do meu amor incondicional – o meu amor de mãe. È por experiência própria que descrevo com riqueza de detalhes a vida árdua dessas mulheres e dedico a elas meu carinho, meu respeito, minha solidariedade e também esta homenagem.

Poderia ter me sentido uma derrotada ao receber meu bebê com tantos problemas. Confesso que passei por momentos de medo, cansaço e dor, mas transformei todos esses sentimentos em armas para concluir que fui uma mulher escolhida por Deus para cuidar de um anjinho enviado por Ele. Há três anos me alimento de esperança e hoje vejo em meu filho um milagre de Deus. Mas nossa trajetória foi percorrida com muito sofrimento e luta, o que me fez pensar em todas as outras mulheres com filhos especiais.

Foram 3 anos de de luta sem trégua. Abandonei minha vida profissional e social pelo maior amor que existe na Terra, viceral, eterno e divino – o amor de mãe. Deixei a advocacia e o magistério para me dedicar informalmente a medicina, a enfermagem, a fisioterapia, a fonoaudiologia, a terapia ocupacional e demais carreiras das quais a vida do meu filho ainda depende – todas não remuneradas. Minha nova profissão: MÃE.

Logo na primeira semana dentro da UTI, em um hospital particular conceituado na Zona Sul, fui informada do horário de visitação e desencorajada a permanecer ao lado do meu filho como se ele já fosse um caso perdido – aquele filhote abandonado por um animal por não ter chances de sobreviver. Estranhei tamanha insistência e por contrariar a indicação, desagradei a equipe. Com o tempo descobri que a presença dos pais incomoda por causa da fiscalização exercida – fiscalização esta que garantiu a vida do meu bebê. Pais vêm incubadoras desligadas, bebês amordaçados com chupetas coladas por esparadrapo, crianças sendo re-entubados desnecessariamente para aprendizado de residentes, etc. Passados dois meses de internação, recebi uma ordem despejo por parte da Diretora da Equipe - também mulher e mãe - me intimou a procurar um hospital pediátrico para a transferência de meu filho pois não queria que ele morresse nas mãos de um profissional de sua equipe!

Fiquei internada com meu filho um ano inteiro – a curta licença `a maternidade acabou e chegou a licença sem vencimentos e às rescisões contratuais trabalhistas.

Mães especiais não têm salário e não têm qualquer auxílio previdenciário! Elas são obrigadas a abandonar tudo, inclusive a vida profissional para acompanhar seus filhos internados em um hospital.
Muitas acabam abandonadas por seus maridos e têm que lutar sozinhas pela sobrevivência de seus filhos especiais.

Muitas são criticadas pelas famílias por estarem lutando por crianças que, muitas vezes, não têm esperança e os gastos com tratamento são considerados um “investimento sem retorno”.

Todas são obrigadas a enfrentar grandes batalhas: a busca pelo diagnóstico, a busca pelos profissionais adequados, a incansável luta contra os Planos de Saúde pelas coberturas dos tratamentos e exames necessários, a luta para conseguir remédios e alimentos especiais, muitas vezes importados e disponíveis somente com preços absurdos, vagas e reservas em hospitais, filas para marcação, remédios atrasados ou trocados - sangue trocado, profissionais despreparados para lidar com o cliente, especialmente a família adoecida e traumatizada (mesmo em hospitais particulares – top de linha).
As poucas que lutam pelos seus direitos e pela vida de seus filhos, sofrem preconceito (“a barraqueira do quarto 501” está reclamando porque o antibiótico está com 5 horas de atraso”)

Muitas enfrentam batalhas com médicos que se recusam a aceitar o direito do paciente a uma segunda opinião e à junta médica. A vaidade e corporativismo são camuflados pela alegação de ética profissional!

Essas são apenas algumas situações pelas quais passei e continuo passando, motivo pelo qual aproveito a oportunidade desta comemoração para homenagear as mães especiais e fazer um apelo a todos os presentes, principalmente as autoridades para que trabalhem em prol dessas mulheres guerreiras, que abandonam tudo, menos seus filhos e precisam de:

1) maior tempo de licença a maternidade para aleitamento dos filhos,
2) licença para acompanhamento de filhos doentes,
3) auxílio previdenciário para mães que deixam de trabalhar para cuidar de seus filhos especiais, etc.

E assim concluo: “Podemos escolher ser vítimas ou sobreviventes de nossas histórias” (Taylor Smith)

Obrigado."

Consuelo de F. M. Martin