Maldita hora que resolvi levar Arthur em sua 1a Bienal do Livro. Infelizmente, pelo visto será a 1a e também a última. ACESSIBILIDADE ZERO, BOA VONTADE NENHUMA E SOLIDARIEDADE INEXISTENTE. As pessoas pensam que acessibilidade é sinônimo de rampa. Não é, acessibilidade é saber dar a cada um o que é preciso!
Arthur foi cercado de todo o cuidado, 1 pediatra, 2 enfermeiras, oxigênio, seus medicamentos, 2 aspiradores - todo o material a ser utilizado tinha um reserva no carro para caso de uma falha mecânica.
A dificuldade já começa no estacionamento e a dificuldade de informação sobre a localização das vagas de deficientes.
Depois, a pseudo organização entende pessoas são como gado, basta cercar que está tudo resolvido. Eles cercam tudo com um gradil infeliz e colocam um monte de segurança despreparado que ao invés de estar lá disponível para informação e auxílio estão preparados para brigar e tratar mal pessoas deficientes pelo simples fato de se acharem no poder em determinado momento.
A questão da inclusão está intimamente ligada à Educação, ao Bom Senso e à Solidariedade, é o saber se colocar no lugar do outro!!!!
Ora, de que adianta marcar vaga de deficiente e fazer o pobre andar "INFINITOS QUIILOMETROS" quando o menor caminho entre 2 pontos é uma reta. Cadeirante tb cansa, não é pq ele passa a vida sentado que as distâncias deixam de ser importantes!
É preciso saber que:
- dentro das deficiências e das exceções, existe também uma graduação de gravidade que merece ser observada sob pena de ineficácia das medidas protetivas.
- o cadeirante não está em situação de conforto só por estar em uma cadeira, ele também cansa, usa os braços ou tem uma pessoa que se cansa empurrando a cadeira.
- existe uma diferença entre "criança de colo" e "criança no colo".
- a fila prioritária é apenas "prioritária" e não é exclusiva. O deficiente, os idosos e os pais com crianças de colo podem optar e trocar de fila para filas menores quando a fila prioritária está totalmente inacessível ou impraticável - sem ter que voltar quilômetros para transpor uma grade.
- a grade é colocada para segurança e não para oferecer perigo ou perder a sua finalidade porque alguém colocou uma pessoa "idiota" na vigilância e no comando da situação.
Acessar o automóvel em uma emergência pegar um medicamento, conseguir uma saída de acesso rápido, passar por uma grade para correr por fora entre os pavilhões na hora do socorro, nada disso foi possível - Aqueles carrinhos elétricos, pelo visto, são "só para inglês ver", apenas para demonstração, para serviço pois na hora da dificuldade o acesso é difícil até para chegar aos brigadistas! (FALO ISSO POR EXPERIÊNCIA!!!!!)
Acho que não vou nem comentar a dificuldade para conseguir um local para alimentá-lo, trocá-lo ou o fato do único restaurante (apesar de caro) não ter uma fila prioritária e nem do estacionamento ter fila prioritária para pagamento.
Pelo menos, na hora da saída, dentre o 1 milhão de pessoas que esteve lá ontem, um senhor na fila do estacionamento me deu a chance de pagar o estacionamento apesar da cara feita das pessoas que o cercavam!!!!!!!! Este senhor salvou o dia para mim nos quesitos educação, solidariedade, esperança e humanização do ser humano.
Vivo a contradição diária de querer deixar meu filho conhecer o mundo e de trancá-lo dentro de casa para não passar por determinadas situações. As pessoas que lutam por seus direitos e que reclamam, apesar da propriedade das reclamações, são taxadas de encrenqueiras e beligerantes!
Arthur tantas outras crianças e pessoas deficientes tem tanto direito quanto qualquer outra pessoa de passear e frequentar eventos como a Bienal Do Livro Rio sem ter que passar por momentos de estresse desde o momento da entrada no evento!
Todo treinamento é pouco - os organizadores, engenheiros, arquitetos, operários, seguranças, todos deviam experimentar a deficiência e as dificuldades das pessoas deficientes ... estamos às vésperas dos jogos para olímpicos!!!!
#Inclusão, #Acessibilidade, #Mobilidade, #CalçadaAcessível, #PraçaAdaptada